Eleição de Tullo Hostilium

Roma, 673 a.C.

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Após a morte de Numa Pompílio no ano de 673 a.C., Roma enfrentou novo interregno. O senado novamente assumiu o governo transitório até que se pudesse eleger um sucessor. A escolha, ratificada tanto pelo povo quanto pelo senado segundo o precedente estabelecido na eleição de Numa, recaiu sobre Tullo Hostilium.

Tullo era neto de um homem que se destacara nas batalhas contra os sabinos durante o reinado de Rômulo, herança que marcara profundamente seu caráter e inclinações. Diferentemente de Numa, cuja reputação se fundava na piedade e na sabedoria, Tullo distinguia-se pelo vigor militar e pela disposição combativa. Sua eleição representava mudança radical em relação ao reinado anterior.

Se Numa fora o rei da paz e da organização religiosa, Tullo seria não apenas um rei guerreiro, mas mais belicoso que o próprio Rômulo. O contraste não poderia ser mais evidente: onde Numa fechara o templo de Jano e mantivera Roma em paz por quarenta e três anos, Tullo reabriria suas portas e buscaria ativamente oportunidades de conflito.

Ao ascender ao trono, Tullo estava convencido de que a inatividade prolongada enfraqueceria Roma. Os longos anos de paz, embora benéficos para o estabelecimento das instituições religiosas e jurídicas, teriam, em sua visão, amolecido o espírito guerreiro que caracterizara a fundação da cidade. Acreditava que Roma precisava retomar sua vocação expansionista e reafirmar seu poderio militar diante dos povos vizinhos.