Roma, c. 625 a.C.
Com o abundante saque obtido nas guerras contra os latinos, Ancus Marcius pôde empreender grandes projetos de infraestrutura que transformariam Roma. O rei compreendia que a guerra bem conduzida deveria beneficiar toda a cidade através de melhorias urbanas concretas.
O projeto mais importante foi a construção da primeira ponte sobre o Tibre — obra de engenharia revolucionária que conectaria permanentemente as margens do rio. A ponte facilitaria enormemente o comércio, a movimentação de tropas e a integração dos territórios romanos situados em ambas as margens, consolidando Roma como centro político e econômico do Lácio.
Ancus realizou também numerosos outros incrementos urbanos, expandindo sistematicamente a cidade e melhorando suas estruturas. A população romana havia crescido substancialmente com as conquistas sucessivas, e a administração da urbe tornava-se cada vez mais complexa.
Dentro de uma população tão numerosa e diversificada, tornou-se difícil distinguir o bem do mal. O crime proliferava nas sombras, aproveitando-se do anonimato que a multidão proporcionava. Para desencorajar a crescente ilegalidade, Ancus mandou construir uma prisão no centro da cidade, a poucos passos do fórum — local onde se concentravam as atividades políticas e comerciais. A presença física da prisão no coração de Roma servia como lembrete permanente de que a justiça alcançaria os malfeitores.