Roma, 641 a.C.
Após a destruição de Alba Longa, Roma expandiu-se substancialmente e sua população dobrou com a incorporação dos albanos. Tullo Hostilium consolidou o domínio romano sobre as cidades latinas, estabelecendo definitivamente a hegemonia de Roma no Lácio.
O reinado do rei guerreiro, contudo, chegou ao fim de forma dramática. Roma foi atingida por uma epidemia que afetou até mesmo Tullo. A doença, que antes jamais o afastara dos campos de batalha, fez com que o rei tradicionalmente focado na guerra passasse a ocupar-se da esfera religiosa — domínio que negligenciara durante todo seu governo.
Segundo a tradição, Tullo tentou realizar um sacrifício a Júpiter Elicius, mas cometeu erro na preparação ou celebração do ritual. A falha provocou a ira divina. O rei e seu palácio foram incinerados por um raio — morte extraordinária interpretada como punição dos deuses contra aqueles que negligenciam os ritos sagrados.
Tullo governou por trinta e dois anos. Seu reinado, marcado pela retomada da política expansionista que Numa Pompílio abandonara, consolidou Roma como potência militar dominante no Lácio, mas ao custo de negligenciar as práticas religiosas que seu antecessor estabelecera com tanto cuidado.