Alba Longa

Alba Longa

Período

c. 1152 - 660 a.C.

Local
Eventos

Alba Longa situava-se nas encostas ocidentais dos montes Albanos, a cerca de 19 km a sudeste de Roma, estendendo-se longitudinalmente entre o monte e o lago Albano. A topografia caracterizava-se por colinas de origem vulcânica, com elevações suaves que ofereciam posição estratégica dominando a planície latina. O nome "Longa" derivava dessa disposição alongada ao longo do cume, enquanto "Alba" aludia aos muros de pedra branca visíveis à distância. Nascentes e córregos desciam das alturas, garantindo recursos hídricos abundantes e fertilidade ao solo vulcânico.

Densos bosques de carvalhos e castanheiros cobriam as encostas, fornecendo madeira para construção e lenha. A fauna incluía javalis, veados e aves de rapina que habitavam as florestas circundantes, regularmente caçados pela população local. Os vales entre as colinas ofereciam pastagens naturais para o gado.

A economia repousava primordialmente na agricultura. Cereais cultivados nas planícies constituíam a base alimentar, enquanto vinhedos nas encostas ensolaradas produziam vinho de qualidade. Pastagens sustentavam rebanhos bovinos e ovinos. A metalurgia desenvolveu-se graças às jazidas de ferro nos montes próximos, produzindo ferramentas agrícolas e armas. Como centro comercial, Alba Longa controlava rotas estratégicas que atravessavam o Lácio, beneficiando-se do intercâmbio entre os povoados latinos.

Fundada por Ascânio, filho de Eneias, aproximadamente trinta anos após o estabelecimento de Lavínio, a cidade cresceu como colônia destinada a aliviar pressões demográficas. A estrutura urbana incluía muralhas defensivas de pedra e habitações construídas em terraços que seguiam o declive natural do terreno. Como cidade-mãe que fundou numerosas colônias latinas, Alba Longa exerceu papel central na Liga Latina, funcionando como centro religioso e político antes da ascensão romana.

A sociedade organizava-se sob governo monárquico, com reis que exerciam autoridade sobre as colônias fundadas pelos albanos. A religião mantinha cultos às divindades latinas tradicionais, com santuários dedicados aos deuses ancestrais que unificavam as comunidades da liga.

Alba Longa ganhou notoriedade histórica trágica ao ser completamente destruída por Tullo Hostilium, terceiro rei de Roma, após a traição de Mezio Fufezio na guerra contra Veios e Fidene, por volta de 650 a.C. Sua população foi transferida para Roma, contribuindo significativamente para o crescimento demográfico da cidade emergente e encerrando a hegemonia albana sobre o Lácio.