c. 800 a.C. – 730 a.C.
Numitori era o irmão mais velho de Amúlio e, por direito de primogenitura, governava Alba Longa por volta do ano de 780 a.C. Tinha filhos homens e uma filha, Reia Sílvia, que constituíam a continuidade natural de sua linhagem.
Seu destino foi bruscamente alterado quando Amúlio, tomado pela inveja e pela ambição tirânica, depôs o irmão mais velho do governo. O usurpador não se contentou apenas em roubar o poder de Numitori — para eliminar qualquer ameaça futura, Amúlio mandou assassinar os filhos homens de Numitori e forçou Reia Sílvia a tornar-se sacerdotisa do templo de Vesta, condenando-a à virgindade perpétua e impedindo assim que gerasse herdeiros legítimos ao trono. Numitori, despojado de seu governo e de seus filhos, viu-se impotente diante da tirania do irmão.
Anos mais tarde, quando Reia Sílvia, provavelmente vítima de estupro, deu à luz gêmeos. Amúlio ordenou que os bebês fossem jogados no Tibre. Os dois, entretanto, sobreviveram e foram criados por Faustolo, pastor chefe do rebanho real, que lhes deu os nomes de Rômulo e Remo.
Durante a celebração do Lupercale, bandidos organizaram uma emboscada contra os gêmeos já crescidos. Remo foi capturado e, acusado de ter invadido as terras de Numitori, acabou entregue nas mãos do próprio avô para ser punido. À força de muitas perguntas, Numitori reconheceu no jovem prisioneiro seu neto, revelando-lhe toda a verdade.
Enquanto Rômulo marchava com os pastores contra o palácio real, Remo corria em auxílio com outra equipe da casa de Numitori, que havia revelado ao povo os crimes cometidos pelo irmão contra ele. O duplo complô resultou na morte de Amúlio e na restauração de Numitori ao governo legítimo de sua colônia. Confiada Alba a Numitori, os gêmeos sentiram então o desejo de fundar uma cidade no lugar onde tinham sido criados, dando início à história que culminaria na fundação de Roma.