Latino

Nascimento e Morte

c. 1240 a.C. – 1180 a.C.

Descrição
Feitos
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Latino era o soberano dos aborígenes que habitavam o território de Laurentum, na costa do Lácio, quando os troianos de Eneias aportaram naquelas praias por volta de 1200 a.C. A tradição, conservada por Tito Lívio e outros historiadores antigos, apresenta Latino como um rei sábio e visionário, capaz de reconhecer nos refugiados troianos não invasores a serem repelidos, mas potenciais aliados.

O rei Latino governava um território próspero situado na foz do Tibre, região estratégica que controlava as rotas comerciais entre o interior peninsular e o mar Mediterrâneo. Suas terras, banhadas pelas águas que mais tarde testemunhariam a fundação de Roma, constituíam um mosaico de povoados agrícolas e centros de artesanato, habitados por gentes laboriosas que cultivavam os campos férteis e praticavam um comércio florescente com os povos vizinhos.

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Tito Lívio narra que Latino, percebendo a nobreza e a dignidade do comandante troiano, optou pela via diplomática em lugar do confronto armado. O acordo selado entre Latino e Eneias transcendeu as convenções meramente políticas para assumir contornos quase sagrados: o rei ofereceu ao príncipe troiano não apenas terras para estabelecimento, mas também a mão de Lavínia, sua filha, em matrimônio — gesto que simbolizava a aceitação plena dos recém-chegados no seio da comunidade latina. Este enlace, prenhe de significado simbólico, representava a união harmoniosa entre o Oriente troiano e o Ocidente latino, prefigurando a futura grandeza da civilização que ali surgia.

A sabedoria de Latino, contudo, logo seria posta à prova pelas circunstâncias adversas. Turno, rei dos rutuli e pretendente preterido de Lavínia, não aceitou pacificamente a decisão régia. Sentindo-se traído e humilhado, declarou guerra aos latinos e aos troianos, forçando Latino a defender pela força das armas a aliança que havia construído pela diplomacia.

Durante a guerra contra os rutuli e seus aliados etruscos, Latino caiu em batalha, oferecendo sua vida pela causa da união que patrocinara. Eneias, em honra da memória do sogro caído, decidiu chamar de "Latinos" todos os povos unificados sob sua autoridade, perpetuando assim o nome do rei benevolente nas eras vindouras e no próprio idioma que se desenvolveria nos séculos vindouros — o Latim.