Roma, 715 a.C.
Após o primeiro interregno da história romana, chegou o momento de eleger um novo rei para suceder o lendário Rômulo.
O senado estabeleceu um precedente importante: o povo elegeria um rei, mas a nomeação só seria válida após ratificação senatorial. Essa proposta foi tão bem recebida que o povo, em gesto de generosidade, pediu que fosse o próprio senado a determinar quem deveria reinar.
Numa Pompílio destacava-se por seu senso de justiça e religiosidade - era conhecido como um homem "espiritualmente inclinado à virtude por sua disposição natural". Assim que ouviram seu nome, os senadores decidiram unanimemente confiar-lhe o reino.
A escolha de Numa representava uma mudança radical em relação ao reinado anterior: enquanto Rômulo foi o rei guerreiro e fundador, Numa seria o rei da paz e da organização religiosa.
Ao tornar-se rei, Numa preparou-se para dotar Roma de um sistema jurídico e código moral, reconhecendo que pessoas acostumadas à guerra não se adaptam facilmente às leis e à civilidade.